quarta-feira, 11 de julho de 2007

Crítica ao modelo consumista / Quarta fase do meio geográfico histórico


FONTE: SELF-SUFFICIENT HOUSING IªAC 1 st Advanced Architecture Contest

De acordo com Milton Santos no livro intitulado: “A Natureza do Espaço”, os meios geográficos históricos podem ser divididos em 3 partes: meio natural ou pré-técnico, técnico e técnico científico informacional.
Na primeira, há uma relação harmônica, as técnicas utilizadas não provocam ao meio, grandes transformações. Havendo uma relação respeitosa de preservação e continuidade.
Na segunda, pode-se perceber uma relação híbrida conflitiva ou mista onde os espaços naturais passam a ser transformados com alteração do equilíbrio natural, por objetos técnicos.
Na terceira, há substituição dos valores com a preferência pela criação de espaços artificiais em substituição aos naturais. A presença destes objetos artificiais precipita a aceleração de relações predatórias com o meio geográfico.
Atualmente faz-se uma releitura, devido ao fato das mudanças que se iniciaram com a segunda fase e intensificaram-se na terceira fase terem acarretado em problemas ambientais severos e em uma mudança comportamental, mudança do modo de ver esses meios geográficos pela sociedade.
Essas mudanças possibilitaram transformações maiores na arquitetura e no espaço urbano principalmente quanto ao uso mais racional do solo.
Nesse sentido o conceito de sustentabilidade espacial pode ser entendido como um reorganizador do espaço urbano, prevendo os possíveis deslocamentos de pessoas, veículos e bens, ordenando o uso do solo( possibilita assim menor impacto ao meio com queima de combustíveis fósseis poluentes), mobilidade em fluxos mais organizados através da tentativa de possibilitar uma pluralidade de usos em diferentes e distribuí-las equitativamente pelo espaço urbano.
Pode-se enquadrar hoje esta sociedade em uma quarta fase, que tenta revitalizar os espaços desvalorizados pelas fases anteriores e propiciar intervenções que insiram dentro destes espaços artificiais, espaços naturais, com a finalidade de promover uma relação mais harmônica com o meio, reformulando a estética arquitetônica e urbanística.
Esta mudança de visão também pode ser notada pela motivação atual na utilização de novos tipos de materiais, com menor impacto ao meio, tanto na sua fabricação quanto aos impactos resultantes desta implementação em construções arquitetônicas. Ou mesmo são notadas na concepção arquitetônica com intuito de mínima intervenção na implantação de edifícios em espaços naturais, no entendimento do edifício como um organismo vivo que deve possuir uma relação harmônica entre o meio em que se situa.
Os edifícios pretendem desta forma, minimizar a própria artificialidade característica inerente a ele, com a naturalidade provida de análises de sistemáticas naturais.
Nesta nova fase eles são dotados de sistemas complexos para reutilização, reaproveitamento das impurezas geradas, responde ao meio em que se situa de forma análoga ao supracitado equilíbrio natural, ora ainda implementa sistemas que possibilitem menor consumo das utilidades necessárias a sua sustentabilidade.
Nesta nova concepção Willy Müller afirma que: “O debate sobre auto-suficiência em sociedades avançadas é um processo contínuo histórico que reflete consideravelmente a sobrevivência necessária de todas as sociedades.”.
Segundo o mesmo arquiteto, as crises que se iniciam no esgotamento energético e que terminam com problemas de uma maior escala baseadas num modelo consumista, pode ser resolucionadas pela admissão novos valores que se baseiem na sustentabilidade. Nós devemos nos perguntar essas questões:
O conceito de auto-suficiência pode por em risco a idéia das cidades que nos temos desenhado, construído e desfigurado pelos séculos?
Alternativamente é a idéia de sustentabilidade tão sutil e delicada que se faz absolutamente possível a auto-suficiência e a insustentabilidade?
Seria possível dizer que a impermanência dos modelos coexistam e tornem qualquer sistema não dependente de suficiência completamente ineficiente?
Nós podemos estabelecer ou formular um sistema de variáveis para definir a correta estratégia para dar suficiência ou sustentabilidade ao lugar?

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